Ícone de "O Vigilante Rodoviário", tenente coronel Carlos Miranda, morre aos 91 anos

Série tornou-se um marco na TV brasileira, destacando os valores de justiça, bravura e dedicação ao serviço público

18/02/2025 12h06 - Atualizado há 3 semanas
Ícone de O Vigilante Rodoviário, tenente coronel Carlos Miranda, morre aos 91 anos
Divulgação

O tenente coronel PM Carlos Miranda, que viveu nas telas o personagem principal da série “O Vigilante Rodoviário”, morreu nesta segunda-feira, 17, aos 91 anos de idade.

A Polícia Militar Rodoviária do Estado de São Paulo emitiu uma nota de pesar:

“É com profundo pesar que anunciamos o falecimento do tenente coronel PM Carlos Miranda, figura icônica e eterna do Policiamento Rodoviário, aos 91 anos. Carlos Miranda, conhecido por seu papel na série "O Vigilante Rodoviário", nos deixou na madrugada de hoje, cercado por familiares.

Carlos Miranda conquistou o coração dos brasileiros ao interpretar o Vigilante Rodoviário, acompanhado de seu fiel amigo Lobo. A série, exibida na década de 1960, tornou-se um marco na televisão brasileira, destacando os valores de justiça, bravura e dedicação ao serviço público. A relação entre o Vigilante e o Lobo não apenas entretinha, mas também inspirava e educava o público sobre a importância da segurança e do policiamento nas rodovias.

Além de seu sucesso na televisão, Carlos Miranda teve uma carreira distinta na Polícia Militar, alcançando a patente de tenente coronel. Seu comprometimento e ética profissional o tornaram um exemplo a ser seguido por gerações de policiais rodoviários”.

História
Paulistano nascido no bairro da Mooca, no dia 29 de julho de 1933, filho de Sr. Joaquim Ferraz Miranda e Dona Annita Piani Miranda, teve o apelido de “Carlito” durante a infância e pelos amigos do colégio estadual Barão de Carvalho.

Após o falecimento de seu pai, para ajudar a família trabalhou como ajudante geral em uma pequena fábrica de brinquedos. Aos 13 anos trabalhou junto com o padrasto na Usina Ipiranga, e aos 15 se aventurou como cantor de circo e de parques de diversões.

Aos 17 anos se destacou como jogador de futebol, chegando a ser requisitado pelos times profissionais como o Portuguesa Santista, Curitiba e São Paulo, porém, não se tornou jogador profissional, pois precisava ajudar a família com o trabalho.

No ano de 1950 inicia um curso de teatro oferecido pelo SESI, e logo em seguida começa a trabalhar na Companhia Cinematográfica Maristela.

Em 1952 foi requisitado pelo serviço militar obrigatório, onde permaneceu por um ano.

Em 1959, os produtores comerciais Ary Fernandes e Alfredo Palácios resolvem produzir uma seria totalmente brasileira, e Carlos Miranda é aprovado nos testes, dando vida ao Vigilante Rodoviário.

Foi o primeiro seriado filmado em película de cinema no Brasil. No total foram 38 episódios, nos quais os personagens Inspetor Carlos, interpretado por Carlos Miranda, e seu cão Lobo, lutavam contra o crime, a bordo de uma motocicleta Harley-Davidson 1952 ou de um Simca Chambord 1959, na altura do km 38 da Rodovia Anhanguera onde a maior parte dos episódios foi filmado devido ao clima que se apresenta ensolarado em grande parte do ano, fator fundamental para as filmagens externas.

Ainda na década de 1960, o personagem ganhou uma revista em quadrinhos pela Editora Outubro, a revista era produzida por artistas como Gedeone Malagola (roteiros) e Flavio Colin (desenhos).

Após o término das gravações da série em 1962, Carlos foi convidado pelo então Comandante Geral da Força Pública de São Paulo, general de Exército João Franco Pontes, para ingressar na carreira de Policial Militar, pois para interpretar o personagem do Vigilante ele havia feito a escola de Policiais Rodoviários em Jundiaí.

Ao ter se formado no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Oficiais Especialistas, o 2º tenente Carlos Miranda foi apresentado no 1º BPRv, mas logo em seguida foi convocado pelo Quartel General da Força Pública para integrar a Comissão de Festejos, com a missão de planejar os eventos institucionais, à época os 134 anos da Força Pública, e estreitar o relacionamento com a população por meio da divulgação, considerando a sua ligação com a mídia.

Integrou o setor de Relações Públicas no Quartel General para organizar um laboratório fotográfico e cinematográfico, um trabalho que até então a instituição não possuía, dando origem no futuro ao Setor de Assuntos Civis e ao serviço de Porta-Voz.

Retornou para o Policiamento Rodoviário em 1972 para melhor divulgar o trabalho policial rodoviário, produzindo posters que mostravam todo esse trabalho, com imagens e mensagens, as quais foram aderidas por lojas, armazéns, escritórios, escolas, postos de gasolina e por colecionadores, que até hoje possuem essas peças.

Em 1975 é promovido a 1º tenente e em 1979, a capitão.

Em 1983 o capitão PM Carlos Miranda, ainda com o objetivo de divulgar o trabalho Policial Militar, cria e começa a produzir calendários de parede e de mesa, algo nunca antes produzido pela Polícia Militar. O primeiro exemplar lançado em 1984 foi um marco de criatividade e um grande sucesso, aumentou a notoriedade do Policiamento Rodoviário, que se tornou pioneiro nesse tão importante trabalho de ligação com o público externo.

Foi promovido a major em 1989 e tornou-se oficialmente o símbolo das Polícias Rodoviárias do Brasil.

Comandou grandes áreas importantes da malha rodoviária estadual, como as rodovias Castelo Branco, Raposo Tavares e Anchieta.

Seu último exemplar do calendário produzido, ainda na ativa, foi a edição de 1997, e em 1998, deixando claro seu aborrecimento pela mudança de cor do fardamento caqui para o cinza bandeirantes, o major PM Carlos Miranda pede sua passagem para a reserva, que o tornou tenente coronel.

Fonte: Assessoria de Imprensa


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