19/07/2024 às 17h01min - Atualizada em 19/07/2024 às 17h01min

Apagão em software da Microsoft paralisa voos, atinge bancos e TVs no mundo

Microsoft diz que falha foi corrigida e que impacto residual do apagão pode impactar no tempo de normalização dos serviços


Imagem: Lea Rae/Shutterstock

Uma falha global no sistema da Microsoft afeta aeroportos, bancos e empresas de mídia em vários países do mundo nesta sexta-feira, 19.

A Microsoft diz que falha foi corrigida, mas aplicativos e Office 365 ainda têm falhas. Empresa diz que impacto residual do apagão pode impactar no tempo de normalização dos serviços.

Aeroportos brasileiros não tiveram sistema afetado, mas oito voos atrasaram. A Aena, que administra o aeroporto de Congonhas (SP) e outros 16 no Brasil, diz que cinco voos atrasaram em Recife, um em Campo Grande, um em Santarém (PA) e um em Monte Claros (MG), "por questões das companhias aéreas". Segundo a concessionária, "os sistemas estão funcionando normalmente e não houve impacto às operações de pouso e decolagem". Já o aeroporto de Guarulhos opera normalmente, informou a assessoria de imprensa.

Companhias aéreas dos Estados Unidos suspenderam operação por horas. Mais de 2 mil voos foram cancelados e outros 5.300 estão atrasados, segundo o FlightAware. A American Airlines diz que seus voos começaram a ser normalizados por volta das 6h (horário de Brasília). A United levantou as restrições de voo às 12h30.

Aeroportos na Europa começaram a normalizar a situação por volta das 12h. O Aeroporto de Edimburgo, no Reino Unido, alertou que ainda haverá repercussão na malha aérea e que os passageiros devem checar as informações de voos com as companhias. O tráfego aéreo foi suspenso em vários países, incluindo Espanha, Alemanha, Austrália, Hong Kong e Amsterdã. Imagens mostram aeroportos lotados e muitas filas nos balcões de check-in.

Sem sistema, algumas companhias aéreas entregaram bilhetes aéreos manuscritos. Há relatos no Reino Unido e Índia.

Viagens de trem também foram afetadas no Reino Unido. Pelo menos 14 operadoras ferroviárias dizem estar enfrentando dificuldades e alertaram para a possibilidade de cancelamentos em cima da hora.

A Sky News, um dos principais canais do Reino Unido, está parcialmente fora do ar. Na Austrália, a rede estatal ABC está com a programação paralisada.

Sistema de pagamento está fora do ar em vários países, incluindo Nova Zelândia. Os serviços de farmácias e clínicas médicas também foram afetadas, com cirurgias eletivas sendo canceladas na Alemanha.

No Brasil, aplicativos de alguns bancos estão fora do ar desde a noite de quinta, 18, segundo o site Downdetector.

Apagão também afetou o comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Paris. Em nota enviada ao jornal Le Parisien, a organização disse que mobilizou técnicos para minimizar os impactos. "Nós ativamos nossos planos de contingência para garantir a continuidade das operações", informou. O site oficial e o sistema de compra de ingressos seguem funcionando normalmente.

Equipe do presidente americano Joe Biden entrou em contato com o CrowdStrike e as entidades afetadas. A Casa Branca diz que Biden está recebendo atualizações contínuas ao longo do dia e o governo está "de prontidão para fornecer assistência conforme necessário".

O apagão também afetou o funcionamento de hospitais de São Paulo, entre eles o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e o Sírio-Libanês. De acordo com o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), cinco de 73 unidades consultadas pela entidade admitiram ter sofrido impactos.

As unidades sofreram instabilidade em sistemas e atraso nos atendimentos. Os que não foram impactados não utilizavam o provedor de cibersegurança CrowdStrike, apontado como sistema afetado pela falha.

O que causou o apagão?
Incidente está relacionado a um erro na atualização da empresa de cibersegurança CrowdStrike. As primeiras informações indicam que o apagão teve origem em sistemas da CrowdStrike que usam o sistema Windows, da Microsoft.

"Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético. O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implantada", afirmou o CEO do CrowdStrike, George Kurtz. Ele diz que a empresa está trabalhando ativamente com os clientes afetados.

Fonte: UOL


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