12/10/2024 às 21h15min - Atualizada em 12/10/2024 às 21h15min

Telma Spera: “Iremos trazer esperança para a nossa população”

Primeira prefeita eleita de Assis, ela falou sobre os planos de trabalho ao lado de seu vice, Alexandre Cachorrão, e como será a formação de sua equipe

Eleita a primeira prefeita da cidade de Assis, Telma Spera conversou com a reportagem do Assis News sobre os planos de trabalho, a caminhada até a vitória nas urnas no último dia 6 de outubro, e relatou sobre seu desejo de dar à população a esperança de uma cidade melhor.
 
Ela confessou estar extremamente emocionada em ser a primeira prefeita eleita de Assis. Relembrou que tudo teve início no começo do ano, em 15 de janeiro, quando o PL a convidou para a presidência do partido. A definição da candidatura ocorreu no final de abril e o lançamento, no dia 2 de maio. “Nós tivemos a pré-campanha e a campanha em 45 dias. É muito pouco tempo para se fazer conhecida”.
 
Caminhada difícil
Telma relatou que o início na pré-campanha foi extremamente pesado, justamente porque seu nome era praticamente desconhecido junto à população. “Trabalhei 37 anos na Unesp, então era conhecida na Unesp. Trabalhei seis anos na Santa Casa de Assis, como um trabalho voluntário. Não tinha nenhum objetivo de aparecer. Acabava aparecendo quando os deputados vinham porque eles precisam dessa visibilidade. Então, como eles contribuíam com a Santa Casa, eu dava essa visibilidade a eles”, conta. “Depois, no Hospital Regional, trabalhando arduamente, não tinha necessidade nenhuma de aparecer”.
 
Foi dessa forma que tudo teve início. “Entrei em uma pré-campanha sem crédito nenhum dos políticos da cidade. Escutei algumas entrevistas inclusive onde os críticos diziam que ‘ela não vai sair do lugar’, ‘ela não tem grupo’, ‘ela não é conhecida’”.
 
Mas, mesmo não querendo aparecer, a exposição se fez necessária. E para isso contou com ajudas fundamentais. “Preciso enaltecer três nomes: Noelzinho, Varlei e Seu Leonel, que saíram comigo nas ruas. Preciso enaltecer minha família, que me deu todo o respaldo, principalmente minha filha Raíssa, a primogênita, que, juntamente com o Paulo, fez toda a parte de mídias sociais. E foi impactante”, diz. “Para se ter uma noção, eu tinha apenas o Facebook para ver receita de comida e para ouvir as orquestras e corais que gosto. Não tinha Instagram. No dia 2 de maio fomos abrir o Instagram. A partir daí que começamos todo o trabalho de mídia. Eu não queria aparecer, mas eles diziam que tinha que aparecer. Foi realmente difícil porque eu não gosto de exposição”.
 
Ataques
Segundo ela, ao longo da caminhada vieram as calúnias e difamações. “Isso é uma coisa muito lamentável na nossa cidade. Eles tentaram manchar um trabalho, uma vida profissional de 42 anos, uma vida irreparável, onde todas as pessoas que trabalharam comigo sempre me valorizaram”, conta. “Agora, quem nunca gostou de trabalho, ou não gosta de coisa certa, não gosta mesmo de mim. Esses se deram ao trabalhar de dar um contragolpe no sentido de fazer com que notícias caluniosas viessem para a cidade”.
 
A reposta de Telma foi não responder. “O que fiz foi recorrer à Justiça. Passei aos advogados as informações caluniosas e a Justiça está cuidando. As pessoas terão que prestar conta disso tudo que fizeram”.
 
A prefeita eleita relatou que no final da campanha a situação ultrapassou a maldade e entrou no ódio. “As pessoas falavam com ódio de mim.  Sempre fui jogadora de basquete e a gente entra no jogo para ganhar. Mas se perde, temos que ter elegância. E mesmo durante o jogo, quantas vezes o adversário está ganhando, você está perdendo, alguns entram com xingamentos; e foi o que aconteceu. Mas eu não encaro assim. Eu fui disciplinada desde pequena a participar de esportes sabendo perder, sabendo ouvir, sabendo jogar. E infelizmente isso não aconteceu, o jogo foi muito sujo”.
 
Nessa situação ela deu uma resposta. “O propósito era passar para as pessoas a nossas propostas e projetos. E foi isso o que aconteceu. Eles batiam, eu respondia com propostas; caluniavam, eu respondia com propostas. Daí tentavam descontruir as nossas propostas, a gente explicava e continuava”.
 
Em resumo, foram estas as coisas mais difíceis durante a campanha: o desconhecimento e descrédito, a exposição e a maldade humana. “Isso tudo foi muito desafiador. Então, me sinto realmente vencedora, mas não vencedora no sentido de humilhar os outros que não venceram; vencedora comigo mesma. Entrei numa missão que me foi dada, batalhei com todas as pessoas que estavam comigo, e consegui ter êxito até o final dessa missão”.
 
Nova gestão
O plano de governo de Telma e Alexandre Cachorrão foi baseado na escuta de depoimentos da população de vários segmentos. “Fizemos uma coletânea dentro daquilo que na nossa ótica era relevante e possível de ser desenvolvido na cidade de Assis”.
 
Mesmo com a vitória, não teve descanso. “Segunda, terça e quarta-feira após a eleição nós não tivemos tempo de comemorar. Fomos fazer os fechamentos das contas, fazer o balanço para ver se estava tudo direitinho. Toda a prestação de contas vai sendo feita ao longo da campanha, mas eu queria ver se tudo tinha sido realmente declarado, pois gosto das coisas corretas”.
 
Depois disso, foi hora de pensar no processo de transição. “E quem vai coordenar a transição é o advogado Leandro Bergonso, junto com os outros dois que conosco na caminhada”.
 
E, independentemente da transição, o trabalho começou com uma visita à Unesp de Assis. “A minha fala de campanha é que eu traria o conhecimento para a cidade. E eu não vou assumir uma gestão sem estar atrelada à Unesp, à FEMA e à Unip. A gente precisa trazer as universidades, inclusive os institutos de educação à distância, mas especialmente as públicas, porque o conhecimento que é produzido ali é de excelência. Precisamos trazer isso para que tenhamos sucesso em muitas áreas, principalmente na área ambiental, em que a Unesp de Assis tem uma grande força”.
 
Equipe
Sobre esse quesito, Telma contou que também não houve tempo de ser discutido. Isso se deve ao ritmo frenético da campanha. “Andamos muito, pela cidade toda, por todos os bairros. Íamos para os bairros com o jipe apelidado de ‘Maritaca Móvel’. Nos bairros descíamos e íamos de casa em casa a pé, abraçando pessoas, crianças”, relata. “Por esse motivo, ainda não definimos secretariado, não temos nomes, porque a campanha foi densa, intensa e muito curta”.
 
Mas adiantou que a escolha será por pessoas técnicas e íntegras. “Falei isso durante a campanha toda e não abro mão: temos que ter o caráter ilibado. A pessoa precisa ter postura ética. Segunda coisa importantíssima: tem que ter competência técnica”, afirma.
 
Segundo ela, isso é demonstrando de diversas maneiras: tem gente que fez universidade, curso em determinada área, e não tem competência técnica para certa função, porque o conhecimento não foi experimentado, não foi testado no dia a dia. “Vamos trabalhar nessa direção: pessoa que realmente tenha conhecimento e experiência na área”.
 
E a prefeita eleita tem outra demanda: “Mas também não adianta ser ético, ter competência e tratar mal as pessoas. Não gostamos disso. Gostamos de respeito, de valorizar as pessoas, de ter carinho para conversar, ter bom diálogo, saber escutar. Então, isso é fundamental no processo de gestão e não iremos abrir mão”.
 
Disse que as escolhas vão se pautar nesses critérios e por isso não está com pressa. “Tem que ser uma coisa muito bem pensada, muito bem trabalhada. E conseguiremos bons nomes. Temos pessoas muito boas, inclusive na própria prefeitura já como funcionários públicos”.
 
Esperança
Telma frisou que quer levar esperança para toda a população assisense: esperança de uma cidade mais desenvolvida, com educação de qualidade para as crianças; esperança de que todas as necessidades sejam atendidas no sentido de prevenir doenças, e caso as pessoas adoeçam, que tenham assistência de qualidade; esperança de serão gerados empregos, trazendo aquecimento do mercado e do comércio.
 
“Não percam a esperança. Porque vamos trabalhar e já estamos trabalhando no sentido de trazer todas as propostas que foram feitas para a sua vida e de sua família. Eu e Alexandre Cachorrão, como cidadãos assisenses, queremos trazer para a nossa cidade a dignidade, a segurança, a paz interior e a alegria no viver para o nosso cidadão. Vamos todos trabalhar nessa direção. Contamos com vocês”.

Confira a entrevista completa:



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