A Economia Solidária se destaca como uma forma de organização econômica onde a cooperação e a autogestão são pilares centrais. De acordo com o Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo, essa abordagem incentiva a criação de empregos sustentáveis e contribui para a distribuição de renda. Ao promover a participação ativa dos trabalhadores em cooperativas e outras formas de empreendimentos, a Economia Solidária fortalece a economia local e oferece alternativas ao modelo tradicional.
Um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, o ODS 8 - Trabalho Decente e Crescimento Econômico, pode ser acelerado com o fortalecimento da Economia Solidária. Segundo o Ipea, ao integrar mais pessoas em atividades econômicas inclusivas e sustentáveis, o desenvolvimento econômico regional é impulsionado. Nesse sentido, iniciativas de crédito e microcrédito para empreendedores locais são essenciais para o progresso econômico equilibrado.
No campo do financiamento, o Movimento Sócio Ambiental Caminho das Águas sugere medidas como a desburocratização do acesso ao microcrédito para aqueles que não são atendidos pelo mercado financeiro tradicional. Além disso, destaca-se a importância de articular a criação de ambientes regulatórios mais flexíveis, para que os Bancos Comunitários possam captar recursos e financiar iniciativas locais . Essas ações podem ampliar as oportunidades de crédito para cooperativas e pequenos empreendimentos.
Em relação ao ambiente institucional, é essencial que as políticas públicas sejam integradas às práticas da Economia Solidária. A legislação que regula fundos públicos deve facilitar o acesso a empréstimos subsidiados para iniciativas solidárias. O Conselho de Economia também sugere que fundos municipais sejam utilizados para financiar atividades produtivas locais, principalmente no setor alimentar, promovendo a segurança alimentar.
Outro ponto relevante é a criação de estruturas locais que busquem fontes de financiamento para projetos solidários. Essa articulação, com o apoio de grupos de trabalho especializados, pode fortalecer a gestão e a captação de recursos. O Plano Nacional de Economia Popular e Solidária oferece um caminho importante para garantir a continuidade dessas iniciativas em longo prazo.
Portanto, a Economia Solidária tem o potencial de acelerar o desenvolvimento local, gerando empregos e promovendo negócios sustentáveis. Para isso, é necessário um ambiente institucional favorável e políticas de crédito acessíveis. Com essas medidas, o modelo solidário pode contribuir diretamente para o crescimento econômico inclusivo e o cumprimento das metas do ODS 8.
Este também é um chamado à ação para a população de Assis, para que busquem comprar e contratar de quem produz localmente, daquele produtor de hortaliças que vende seus produtos na Feira Agroecológica de Assis, da artesã que expõe seus produtos na Feira de Economia Solidária, daquele consultor que atua na mesma região que seu negócio opera. O fortalecimento da economia solidária e local passa por uma mudança de direção na qual o dinheiro segue. Vamos fazer uma nova economia possível.
Cledir Mendes Soares - Cientista Econômico Msc em Recursos Hídricos e Especialista em Desenvolvimento Local e ODS. Conselheiro Suplente no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano, representando a Sociedade Civil pelo Movimento Sócio-Ambiental Caminho das Águas